domingo, 13 de março de 2016

Mãe (de) intercambista.

Ela leu blog de viagens; ela compartilhou textos; ela se informou. Perguntou pra vizinha da vizinha da fulana que já viajou lá pra não sei onde. Ela sentiu saudades do início ao fim. Ela disse “até logo”, em meio a um abraço que dizia: “Fica!”.  Mesmo assim, ela apoiou; ela torceu. Mas ela também sofreuSofreu de antecipação; sofreu de continuação. Mas era um sofrimento diferente… Dessa vez, ela sorria! “Esse, também, era o meu sonho!” – serena, ela falou. 
E, nossa, como ela falou!  Pro vizinho, pro compadre, pra comadre. Falou pro conhecido que não via há anos. Com lágrimas nos olhos, numa mistura de orgulho e saudade. Você reprimiu. Mas ela precisava. Precisava falar…Pra si mesma!Porque, afinal, ela é Mãe (de) Intercambista. Ela é Mãe sem Fronteiras. Ela é a primeira a ensinar que o mundo é grande demais pra ficar no mesmo lugar. Ela incentiva cada viagem. Mas, quando o assunto é respirar alivida… Bom, isso ela só faz na chegada!  Ela se apega aos santos, à reza e até ao tal universo para proteger a cria “perdida”.
Ela se faz onipresente; ainda que, fisicamente, ausente!  Isso porque Mãe (de) Intercambista tem coração viajante. Desconhece a noção de fronteira. Coloca-se numa malinha e voa para todo canto. Aprende a usar Facebook, WhatsApp, Viber, Skype e qualquer outra invenção maluca que lhe deixe um pouco mais perto do “perdido”. E, se puder, dos amigos “perdidos” do filho “perdido”. Ela adota todos os “perdidos” pelo mundo!Ela converte a ausência em presença, se a grana deixar. Ela enfrenta horas de vôo. Mas ela chega. Ela chega ao fim do mundo! Ela te abraça; ela abraça a sua forma de viver a vida. Ela te surpreende e encara um mochilão! Um doce sorriso no rosto; uma mochila nas costas: “Me leva?”.

Hoje a saudade bateu mais forte...
Te amo.

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